Seu alento vem de um pacto profundo com a particular natureza carnavalesca num momento onde o carnaval em si não apresentava a grandeza organizacional e a importância cultural dos dias atuais. Solange acompanhou de perto as justas causas pelas quais seus familiares defendiam mais espaço e profissionalismo na produção dos espetáculos artísticos realizados pelas escolas de samba na cidade de São Paulo. Seu pai, Carlos Augusto Cruz e seu tio, Juarez da Cruz, foram dois desses patronos, também fundadores e ex-presidentes da Mocidade Alegre. Nascida e criada no universo do samba e em meio aos avanços do carnaval, desenvolveu-se de modo a contribuir para a melhoria e crescimento da agremiação alicerçada por seus antecessores. Ainda jovem, trabalhava o seu espaço administrando departamentos e liderando produções internas, configurando uma figura presente e acalorada pelas cores vermelha e verde do seu pavilhão. Essa paixão a colocou de frente com o destino mais improvável: com o falecimento de sua irmã Elaine Bichara, Solange tornou-se presidente da Mocidade Alegre em abril de 2003, mantendo a posição das administrações familiares, porém, atenta aos desafios onde nos quais enxergou a necessidade de mudanças principalmente na forma de criar e administrar um carnaval.

Uma nova liderança foi formada valorizando a composição e junção do trabalho em equipe de cada um de seus departamentos. Como uma grande empresa que precisa estar atenta as transformações e indicadores sociais e econômicos do país, sua gestão participativa trouxe mais visibilidade e qualidade às produções da agremiação ao valorizar e formar o potencial humano oriundo de sua comunidade.

Em seu primeiro ano de gestão veio o primeiro campeonato, desprendendo a escola de um jejum de 24 anos sem títulos e trazendo entusiasmo e motivação aos seus seguidores. À partir disso, a administração da Presidente Solange levou a Mocidade Alegre a novos e impressionantes resultados no carnaval de São Paulo: desde o início da sua gestão, são seis títulos de campeã do carnaval, três vice-campeonatos e duas vezes terceira colocada, além de um amplo hall de premiações, dentre os quais se incluem Troféu Nota 10 do jornal Diário de São Paulo, o Premio Top Qualidade Brasil, o Troféu Estrelas do Carnaval, entre outros. Mais do que prodigiosos resultados, o fato da agremiação cravar boas colocações trouxe novos progressos a escola e ao carnaval da cidade. Um novo olhar sobre a forma de planejar e desenvolver um espetáculo se expandiu, chamando a atenção de novos investidores e marcas que buscam agregar seus valores na hora de pensar em novas parcerias e campanhas de incentivo.

Tantos resultados não seriam possíveis se não houvesse uma supervisão moderna e inovadora, atenta às transformações e ao enriquecimento da história do carnaval de São Paulo, hoje cada vez mais exigente e criterioso em seus aspectos. É com espírito aguerrido casado com a polidez do olhar feminino que Solange administra uma legião de mais de 3500 integrantes e artistas, mostrando que essa atmosfera vai além das fronteiras do carnaval, e que junto a ele é possível levar poesia, evolução e arte para a vida dos envolvidos.

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